Os nossos pomares

A actividade produtiva da secção de “Frutas e Produtos Hortícolas” da Cooperativa Agrícola de Bombarral, C.R.L. (O.P.) é presentemente sustentada pelos seus fruticultores associados, com explorações localizadas nos Concelhos do Bombarral, Cadaval, Lourinhã, Torres Vedras, Caldas da Rainha e Óbidos, todos pertencentes à Zona Oeste de Portugal. A produção dominante, é a internacionalmente reconhecida variedade de Pêra “Rocha” (DOP), existindo também uma excelente produção de Maçã e mais reduzida de Ameixa e Alperce.

Os Pomares mais tradicionais e históricos da CAB são maioritariamente conduzidos em “vaso” e em regime de sequeiro, localizados em zonas de várzea que permitem obter de forma sustentável a melhor rentabilidade que a natureza oferece.
Mais recentemente e com a necessidade de aumentar a produtividade e rentabilidade ao fruticultor, a CAB possui também pomares com o sistema de condução em “eixo central revestido”, alguns em regime de sequeiro outros com regadio.

A Pêra de variedade “Rocha” é de facto a cultura de excelência da Cooperativa e à qual todos os Cooperadores se dedicam e dispõem de alguma área de produção, tratando-se de uma variedade de características singulares que surgiu de forma espontânea á cerca de 180 anos no concelho de Sintra (Fazenda Rocha do Sr. Pedro António Rocha no ano de 1836) e que pelas suas propriedades organolépticas únicas, das quais se destacam a sua menor dimensão em relação a outras variedades de Pêras, a atractividade da coloração amarela e ligeira carepa junto ao pedúnculo, maior dureza da polpa e resistência ao manuseamento e armazenamento prolongado e elevado teor de grau brix, tem vindo a afirmar-se crescentemente quer a nível nacional quer a nível Internacional, estando reconhecida pela UE como produto DOP – Denominação de Origem Protegida desde 2003 e constituindo uma referência e gerando desenvolvimento económico e social para toda a região Oeste e País.

As explorações agrícolas típicas dos Cooperadores da C.A.B., C.R.L. (O.P.) caracterizam-se maioritariamente por serem do tipo familiar, praticamente todas detidas pelos próprios agricultores, com maior predomínio da fruticultura por força do bom desempenho comercial da Pêra Rocha.

A fruticultura tem fortes e antigas tradições na região, dadas as excelentes condições endafoclimáticas existentes no concelho, ou seja, um clima ameno com reduzida amplitude térmica entre Inverno e verão, embora com suficientes temperaturas baixas no Inverno que permitem a dormência das árvores, fraca ocorrência de geadas e granizo dada a proximidade atlântica, elevado n.º de horas de sol, morfologia das encostas protege naturalmente as culturas do vento e predominância de solos francos ainda que fracos em matéria orgânica, mas que transmitem excelentes características aos frutos produzidos.
Com raras excepções, os Cooperadores retiram os seus rendimentos exclusivamente da agricultura, como tal possuem regra geral uma grande experiência prática em fruticultura, complementada por um apoio técnico qualificado da parte da Cooperativa, que têm permitido ao longo das últimas décadas uma evolução muito positiva no desempenho produtivo das Pomares e qualidade da fruta empenhando-se crescentemente na rentabilização dos Pomares, de forma sustentável e totalmente respeitadora do ecossistema natural.

Este esforço conjunto significa em última análise uma progressão na capacidade de rentabilização do Pomar e profissionalização da condução de cultura, gerando maior competitividade, sustentabilidade e viabilidade económica às explorações dos Cooperadores da secção FPH perante a actual premente necessidade de concentração da produção.
Para tal, muito tem contribuído o esforço comercial de posicionamento maioritário para a exportação, mas também e sobretudo a intervenção do corpo técnico na sua persistente acção de assistência personalizada aos Pomares ao longo das várias campanhas, envolvendo um cuidadoso acompanhamento das diversas operações associadas quer á instalação e reconversão dos Pomares, quer à condução de cultura, desde a podas, mondas, fertilização e colheita, permitindo que os pomares apresentem melhores desempenhos produtivos.

Mas apesar de toda a técnica e experiência, a natureza tem a sua força e naturalmente provoca oscilação na produção, resultante da alternância e do efeito incontrolável do clima associado a cada campanha.
A intervenção do qualificado, dinâmico e experiente corpo técnico ao serviço da secção FPH da Cooperativa tem-se feito sentir igualmente e de forma não menos relevante ao nível da melhoria da qualidade da oferta das produções, onde a adesão a regimes agro-ambientais, Produção Integrada e certificação de algumas explorações pelo Internacionalmente reconhecido sistema da Qualidade GLOBALG.A.P. tem representando um papel importante para a melhoria dos índices qualitativos das produções e para a crescente canalização da fruta para mercados mais valiosos, que potenciam o aumento da valorização média.
De salientar a importância da implementação e certificação do sistema GLOBAL G.A.P. pois constitui condição necessária para aceder a mercados mais exigentes da exportação e que abrange vários aspectos relevantes para a melhoria do desempenho como sejam a qualidade dos produtos, segurança das instalações, equipamentos e meios utilizados nas operações da produção, dosagens e forma de utilização dos produtos fitofármacos, irrigação e fertilização, compatibilidade ambiental da condução de cultura, produtividade, gestão do pessoal entre outros.

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